quarta-feira, 6 de abril de 2011

Vira-lata

Raça indefinida, aparência exclusiva e fácil de conseguir, sem gastar nenhum tostão, quando não, ajudando ainda a tirar um cachorrinho abandonado das ruas. É essa a dimensão da relação com um vira-lata, chamado de “cães sem raça definida”. Eu, sinceramente, prefiro o termo vira-lata, não acho pejorativo, como dizem. Vira-lata, para mim, é sinônimo de uma relação linda e duradoura.

Eles são, também, muito resistentes, tem uma saúde de ferro! Embora, claro, como qualquer outro cão, necessitam de cuidados, proteção e carinho. Às vezes, por não “gerarem valor agregado” – não gosto deste termo –, os vira-latas sofrem com o desprezo de criadoras e consumidores de animais de estimação, por isso acho importantes campanhas que incentivam a adoção dos vira-latas. Tenho reparado nas ruas muitas pessoas com vira-latas. Fico muito contente, porque tem muita gente que sabe seu papel na sociedade e adota estes cães.

A veterinária Andréa Acauí, organizadora de feiras de adoção, concorda que ter um vira-lata hoje tornou-se “cult” – está aí, outro termo que não gosto –, mas apenas entre quem é “politicamente instruídos”. “Quem procura por um vira-lata é o pessoal descolado mesmo. Isso não depende de condições financeiras. Na feira de adoção, as pessoas mais pobres geralmente querem bichos de raça”, conta. O lado bom dessa “moda”, segundo ela, é que incentiva as pessoas a tirarem os animais das ruas. E com uma vantagem: os cães adotados de entidades protetoras já vêm vacinados, vermifugados e castrados.

“Não é bom pegar animais diretamente da rua, pois podem transmitir doenças ao dono e a outros cães da casa. E ao levar um cão de rua para casa é importante lembrar que ele precisa manter uma vida social. Deixá-lo confinado também configura maus-tratos", afirma. Para adotar um vira lata, é sempre bom entrar contato com as entidades locais, com ativistas ou, simplesmente, ficar atento na página Vida de Estimação, que publica semanalmente cães para adoção.

Ah, não poderia deixar de dizer do meu vira-lata preferido – não, não é o meu namorado, não! É o meu querido Baby! Adotei ele na praça há muito tempo e, acredito, ele deve ter 11 anos e está lindo forte e querido. Como costume sempre falar das raças, não poderia deixar de citar a raça mais democrática que existe. Então, um brinde a todos os vira-latas do mundo!

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