quarta-feira, 27 de abril de 2011

O “multicultural” Pumi


A raça Pumi é bastante rara para os brasileiros. Pessoalmente, nunca vi um cão desta raça. Mas nem por isso deixa de ser uma graça, digno do mais alto grau de fofura. Os Pumi formaram-se entre os Séculos 17 e 18 graças ao cruzamento do Puli com cães pastores de orelhas eretas importados da França e da Alemanha. Dizem que o Pumi é de origem húngara. Acredita-se, ainda, que poodles e spitz alemães também possam ter participado da formação do Pumi – eita bichinho multicultural!

O período de formação da raça foi muito longo e, inicialmente, o Pumi e o Puli eram considerados uma única raça, separados apenas no Século 20. Embora atualmente o Pumi e o Puli possam parecer bastante diferentes à primeira vista, a principal diferença entre eles está na pelagem, sendo duas raças estruturalmente próximas. Os Pumi foram fixados, na forma como os conhecemos atualmente, somente por volta dos anos 1920. Cão de temperamento agitado, são audaciosos e atrevidos, bem ao estilo dos cães chamados “perdigueiros”.

Muito alerta, os Pumi são desconfiados com estranhos e costumam assinalar com seu latido ao sinal de qualquer ruído insólito – portanto, ótimos defensores de lar, pelo menos para dar o alerta. É bem afetuoso com seu dono. De olfato muito delicado, precisa de espaço e muito exercício para dar conta de tanta energia. É importante terem escovação regular. São utilizados, ainda, para pastoreio, caça, guarda e companhia. Seu tamanho varia de 35 a 44 centímetros e seu peso de 8 a 13 quilos. No próximo dia 14, é meu aniversário... fica a dica para quem quiser me dar um ‘Pumi’ de presente – atrevida eu, né?!

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Quem vai ser o líder da matilha?

Em seu livro, o ‘Dr. Pet’ Alexandre Rossi explica itens interessantes para entender sobre o adestramento de cães. Primeiramente, o autor deixa bem claro que, para o cão, somos vistos como cães também e, sendo assim, a família em que ele vive é semelhante à sua matilha. Porém, além de companheiros e protetores, eles são animais predadores e possuem uma complexa organização social.

Partindo da premissa ‘óbvia’ que “cão não é gente”, para um bom adestramento o primeiro passo indicado pelo Dr. Pet é evitar os desentendimentos de linguagens, durante o relacionamento humano-canino. Assim, é importante ter a consciência de que não devemos querer que os cães queiram o que queremos, nem sintam como nós sentimos e, muito pior ainda, que pensem como pensamos.

Ao rosnar, quando você põe comida, por exemplo, não significa ingratidão, necessariamente. Os valores deles são diferentes dos nossos valores. É somente a partir do conhecimento sobre o comportamento que percebemos os erros comuns ao educar um cachorrinho. Como “líder da matilha”, você deve impor respeito, primeiramente a partir de suas próprias atitudes, utilizando da agressão física, mesmo que leve, somente em últimos – acrescento “dos últimos” – dos casos.

Não se deve deixar o cão entender que seja ele o líder da matilha – aliás, esse alerta também é feito pelo Cesar Milan, ‘o Encantador de Cães’. Para que você se mantenha em seu lugar (líder) e ele no dele (cão), é importante, por exemplo, fazer o seu bichinho merecer o que quer, pedindo para executar algum comando antes de receber a comida ou sair para passear.

Ensinar o animal sem gritar e nem bater também é muito importante, porque, desta forma, você não desenvolve uma cultura agressiva. Outro ponto importante é nunca deixar que ele ganhe uma disputa física. Não deixe que ele morda as pessoas, nem por brincadeira. Elogie a submissão dele e não enforque ao querer ensiná-lo. São coisas simples, mas que fazem grande diferença na sua relação de amizade com o seu cãozinho. Fica, também, como dica de leitura, o livro de Alexandre Rossi (Adestramento Inteligente), que emprestei de um amigo. Vale a pena!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Os sharpei são “do barulho”


Na edição de hoje, o meu destaque são os sharpei, raça que existe há muito tempo, mas muito tempo, mesmo! Surgiu em uma reunião do Sul do Mar da China, provavelmente na cidade ‘Dah LeT’, numa província denominada Kwun Tung. O nome sharpei deriva da sua pelagem áspera e eriçada. Shar pei, em chinês, quer dizer “pele de tubarão” ou “lixa”. Os ancestrais dos sharpei são incertos, mas acredita-se que eles tenham os chow-chow como descendentes.

Guardião dos templos, cão de combate, caçador de javalis, o sharpei também era utilizado para vigiar rebanhos. Seu futuro, por muitas vezes, esteve ameaçado. Em 1947, os cães foram proibidos na China, mas em 1970 foram exportadas algumas espécimes de Hong Kong para os Estados Unidos, e criadores americanos assumiram o compromisso com a raça. Por volta de 1980, o Shar Pei chegou à Europa. O sharpei é um ótimo cão de companhia.

De temperamento dominador, ele geralmente é agressivo com seus Congêneres. Mas é equilibrado, calmo e afetuoso com seu dono. Ele gosta de crianças. Sua educação deve ser firme, mas suave – eles podem dizer o que a gente conhece como ‘pavio curto’. É um cão muito limpo que com apenas uma escovada semanal é suficiente. As dobras das peles requerem cuidados especiais. E seu tamanho padrão é entre 40 a 51 centímetros e pesa cerca de 20 quilos.

Onde eu trabalho tem uma sharpei “do barulho” – esta gíria é dos anos 1980, hein?! A danadinha é muito linda e – juro! – desde a hora que entra até o término do banho e da tosa, é uma sinfonia total com seu latido. Todos sabem que a Olívia esta lá. E o engraçado que o dono dela disse que ela é quietinha na casa dela. Só na casa dela. Essa Olivia...

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Vira-lata

Raça indefinida, aparência exclusiva e fácil de conseguir, sem gastar nenhum tostão, quando não, ajudando ainda a tirar um cachorrinho abandonado das ruas. É essa a dimensão da relação com um vira-lata, chamado de “cães sem raça definida”. Eu, sinceramente, prefiro o termo vira-lata, não acho pejorativo, como dizem. Vira-lata, para mim, é sinônimo de uma relação linda e duradoura.

Eles são, também, muito resistentes, tem uma saúde de ferro! Embora, claro, como qualquer outro cão, necessitam de cuidados, proteção e carinho. Às vezes, por não “gerarem valor agregado” – não gosto deste termo –, os vira-latas sofrem com o desprezo de criadoras e consumidores de animais de estimação, por isso acho importantes campanhas que incentivam a adoção dos vira-latas. Tenho reparado nas ruas muitas pessoas com vira-latas. Fico muito contente, porque tem muita gente que sabe seu papel na sociedade e adota estes cães.

A veterinária Andréa Acauí, organizadora de feiras de adoção, concorda que ter um vira-lata hoje tornou-se “cult” – está aí, outro termo que não gosto –, mas apenas entre quem é “politicamente instruídos”. “Quem procura por um vira-lata é o pessoal descolado mesmo. Isso não depende de condições financeiras. Na feira de adoção, as pessoas mais pobres geralmente querem bichos de raça”, conta. O lado bom dessa “moda”, segundo ela, é que incentiva as pessoas a tirarem os animais das ruas. E com uma vantagem: os cães adotados de entidades protetoras já vêm vacinados, vermifugados e castrados.

“Não é bom pegar animais diretamente da rua, pois podem transmitir doenças ao dono e a outros cães da casa. E ao levar um cão de rua para casa é importante lembrar que ele precisa manter uma vida social. Deixá-lo confinado também configura maus-tratos", afirma. Para adotar um vira lata, é sempre bom entrar contato com as entidades locais, com ativistas ou, simplesmente, ficar atento na página Vida de Estimação, que publica semanalmente cães para adoção.

Ah, não poderia deixar de dizer do meu vira-lata preferido – não, não é o meu namorado, não! É o meu querido Baby! Adotei ele na praça há muito tempo e, acredito, ele deve ter 11 anos e está lindo forte e querido. Como costume sempre falar das raças, não poderia deixar de citar a raça mais democrática que existe. Então, um brinde a todos os vira-latas do mundo!